Dancinhas e a nova relação entre dança, comunicação e jovialidades.
Instagram Reels, Youtube Shorts, TikTok… não importa onde. Se você abrir as redes sociais, vai encontrar alguma dancinha por lá! A forma inusitada de fazer entretenimento estourou a partir do confinamento da pandemia de 2020 e, desde então, transformou as noções de como comunicar produtos, marcas e tendências. A temática é perfeita para analisarmos a influência da arte, da comunidade e do UGC (User Generated Content) na comunicação atual.
Sabe aquela música que não para de tocar nas rádios e baladas? Muito provavelmente ela tenha viralizado nas redes por conta de uma pequena coreografia. Criadas tanto por dançarinos profissionais quanto por usuários que têm a dança como hobby, as DCs (Dance Challenges) como são conhecidas, consistem em coreografias com passos simples e que não costumam durar mais que 30 segundos. Apesar de aparentemente fáceis, a junção dos passos com a música, muitas vezes chiclete, ganha o gosto do público, trazendo uma visibilidade surpreendente para o cantor do novo hit do momento.
Fonte: The Tonight Show Starring Jimmy Fallon, via GIPHY
E se eu disser que essas dancinhas existem há muito tempo, você acredita?
A relação entre os humanos, música e dança é pré-histórica e, desde sempre, foi um dos principais símbolos de representação cultural e social. Recentemente, o maior reconhecimento do mercado musical enquanto possibilidade de carreira desenvolveu o marketing por trás dessa indústria, transformando a dança em parte da estratégia de venda.
A criação de coreografias que se tornaram populares sustentam o legado de muitos hits dos múltiplos gêneros do mercado musical brasileiro. Quem nunca esteve em uma festa e foi contagiado pelos passinhos do Show das Poderosas, Lepo Lepo, Ai se eu te pego, Dança da Mãozinha, Morto muito louco, Vou desafiar você… a lista é enorme e, certamente, alguma dessas você já reproduziu. O que acontece com as dancinhas atuais é uma modernização das coreografias criadas para o marketing musical, porém, agora, com uma participação muito maior dos usuários nesse processo e a usabilidade da tecnologia das redes sociais para sua popularização.
Executar coreografias e compartilhá-las nas redes, agora é algo que todos podem fazer de onde estiverem. Quarto, sala, banheiro, parque, praia… o limite para encontrar um cenário para o palco vertical que é a telinha do celular é a sua imaginação. É só achar um apoio, um lugar bem iluminado, enquadrar a câmera e mostrar para milhares de pessoas o seu potencial fazendo a dancinha do momento.
Fonte: Apple Music, via GIPHY
Usuários são máquinas de comunicação
Por trás dos expressivos números de likes, compartilhamentos e comentários dos vídeos de dancinhas, estão inúmeras pessoas determinadas a repetir os passos e entrar na onda de cada coreografia. A partir da pandemia e seu consequente isolamento social, o consumo por vídeos curtos nas redes tomou conta do cotidiano e fomentou a multiplicação desses produtos digitais. No quesito das dancinhas, esse fato representa uma ascensão do UGC, conteúdo produzido e publicado pelos próprios usuários das plataformas e que serve como um marketing orgânico para marcas, que promovam, em suas redes, coreografias para campanhas de produtos como parte dos investimentos em propaganda.
As dancinhas demonstram um meio inovador de se conectar com o mundo, ao passo que são divertidas, bem como aproximam influências ao grande público, permitindo o exercício do corpo e o estímulo da criatividade sem sair de casa. A dança virou fonte de engajamento, renda e sociabilidade, sendo a nova linguagem da cultura midiática contemporânea e influenciando o mercado jovem.
Além da música, produtos digitais como filmes, podcasts, e até blogs como esse, são criados a partir da premissa de serem adaptados ao novo formato de compartilhamento de vídeos curtos e com conteúdos potenciais para viralizar, como áudios e as dancinhas, por exemplo. O novo conceito de mídia chama a atenção e conversa principalmente com o público adolescente e jovem adulto.
Fonte: Porta dos Fundos, via GIPHY
E aí! Vai entrar na dança?
Percebendo o poder dessa tendência, muitas marcas, na premissa de buscar a prospecção de novos clientes e impulsionar os negócios, consideram aderir às dancinhas. Mas não é só isso, muitos empreendedores e gestores veem as DCs como a única saída para conquistar os consumidores geração Z.
“Ok. Entendi isso! Já posso começar a ensaiar?“
Lembre-se, uma comunicação eficiente denota planejamento e estratégia, ou seja, é preciso estudar bem o seu produto e, principalmente, quem o consome.
“Onde está o meu público-alvo? Será que, no meu setor de mercado, a dancinha pode ser uma estratégia de marketing? O que meus concorrentes estão fazendo? Qual é o posicionamento da minha marca?”
Essas são algumas perguntas que você deve se fazer antes de concluir se vale ou não investir nas coreografias para comunicar sua marca nas redes sociais. Se na sua estratégia as dancinhas não fizerem sentido, ou até mesmo se você não sente vontade em executá-las está tudo bem! É muito importante prezar pelas ações que condizem com a identidade da sua marca.
Mais que surfar na onda das tendências do momento, o trabalho de um social media é comunicar empresas a partir de uma definição de sua identidade, fortificando a sua imagem no mercado. O engajamento possibilitado pelas coreografias é de encher o coração, afinal, números impressionam. Porém, esteja ciente de que, dependendo do nicho em que seu produto/serviço está inserido, o engajamento dos usuários e consumidores por meio da dança pode não ser a melhor opção.
Fonte: Leon Denise, via GIPHY
Dancinhas são uma forma inovadora e descontraída de lançar a sua empresa no mercado e fazer negócios! Mas é preciso analisar se essa nova estratégia de comunicação faz sentido para a identidade de marca que você deseja estabelecer.
Aqui na Sabujo ajudamos nossos clientes a pensar as melhores estratégias para construir e cultivar uma presença digital, farejando os melhores caminhos para fazer uma comunicação criativa e estratégica.
Ah e claro, se for preciso, entramos na dança também ;)
Esse artigo foi escrito por João Ritta, nosso
estagiário de Redação! Enquanto não está escrevendo
copys ou escutando Beyoncé, ele certamente vai estar dançando.
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